terça-feira, 17 de julho de 2007

A durona Ana Carolina


Cantora não vai mudar nada no show que vem causando protestos pelo conteúdo erótico das canções e dos vídeos exibidos

A cantora Ana Carolina é uma das campeãs em venda de discos no Brasil – já evaporaram das lojas 200 mil cópias de seu último CD, chamado Dois quartos. É com essa credencial que Ana Carolina se faz durona e inflexível: chovam-lhe críticas e protestos na temporada de shows que dará no Rio de Janeiro e em São Paulo para divulgar esse seu novo trabalho, ela não mudará absolutamente nada no espetáculo. A julgar pelo balão de ensaio que foi a sua apresentação meteórica de três dias em Belo Horizonte, problemas podem vir. Motivo: na capital mineira a cantora foi violentamente criticada devido à música Eu comi a Madona (Ana Carolina usa somente um n no nome Madona, deixando pairar a dúvida se ela se refere ou não à consagrada popstar, e faz isso para evitar eventuais dores de cabeça na Justiça). Eis o trecho da letra que boa parte de seu público abominou: “Me esquenta com o vapor da boca e a fenda mela/imprensando a minha coxa na coxa que é dela.” O show é dirigido pela cineasta e diretora teatral Monique Gardenberg que faz com que sejam projetadas no palco imagens da americana Betty Page (musa sadomasô de seis décadas atrás) enquanto Ana Carolina abre a voz. “Acho louco os protestos, porque é um vídeo de 1950 exibindo uma técnica milenar de amarrar o parceiro”, ensina a cantora.
Há outro trecho de letra bastante pesado, embora muito bem construído e com forte crítica social. Está na composição Nada te faltará. Diz: “Meninas sangrando na boca/e no meio das pernas/no meio da noite tomando cacete.” Juntando todas essas letras mais o vídeo que ensina a amarrar o amante, Ana Carolina fica fria: “Acho que a platéia do Rio de Janeiro vai entender a mensagem”. Mais ainda, ela admite corajosamente que ousadias como essas lhe dão prazer. “Gosto de brincar com a liberdade. Ouve quem quiser ouvir, vai ao show quem quiser ir. Quer o público pague ou não pague para ouvir ou ver Ana Carolina, Ana Carolina paga para ver a reação do público. “A arte não faz sentido se não mexer no buraco do outro”, diz ela. Em Madona, grafado com um n só para não gastar rios de dinheiro em indenização, Ana Carolina não mexeu.

Como Madonna
Em vários momentos do show, a platéia vai lembrar da popstar americana que inspira Eu comi a Madona (com um M só, para evitar processo). A artista sadomasoquista Betty Page inspirou os clipes do CD Erotica, Madonna costuma brincar com a bissexualidade e a canção Like a prayer mistura religião e erotismo em ritmo de gospel

Um comentário:

Fernanda Vivacqua disse...

Òtimooooooooo mais ótimo ainda quando nós estivermos lá no show!