quarta-feira, 26 de março de 2008

Ana Carolina, que lança DVD ao vivo, rebate as críticas e responde a perguntas de fãs célebres


Rio - A cantora Ana Carolina não sabe definir em que ‘fase’ está. Mas basta dar olhada no DVD ‘Multishow ao vivo: Dois Quartos’, que chega às lojas semana que vem junto com o CD, para perceber que ela quer ser tudo e um pouco mais. Além da Ana pornográfica em ‘Eu Comi a Madona’, estão lá a cantora romântica em ‘Carvão’, a compositora em ‘Eu que Não Sei Quase Nada do Mar’, a sambista em ‘Cabide’ e a mais pop em ‘O Cristo de Madeira’.

“É meu trabalho mais autoral, não consigo dizer em que fase. Estou um pouco menos só cantora de baladas românticas, mas sem preconceito em sê-la”, analisa Ana, que respondeu para O DIA a perguntas de fãs famosos e habituês de seus shows.

A polêmica ‘Eu Comi a Madona’, que descreve posições sexuais, é apresentada após vídeo sadomasoquista entre duas mulheres. “Se chegar a saber da música, acho que Madonna não vai achar nada. De repente, ela resolveria dar para mim. Seria uma boa”, brinca Ana.

A opinião da crítica, que se dividiu quanto ao show e ao álbum, também não a incomoda. “O sucesso é uma ofensa pessoal. As pessoas não gostam muito de quem faz sucesso e a pessoa que está estabelecida no mercado sempre tem esse olhar de ‘só faz sucesso porque é povão’. Canto para o homem e a mulher comuns, mas já fiz canções com Tom Zé, que é o cara mais radical do mundo”, diz ela. “Mas leio até as críticas ruins, porque elas podem fazer algum sentido. A gente tem que dar a cara a tapa”, diz ela, com mais de dois milhões de discos vendidos.

Pouco preocupada com pedras, Ana gosta mesmo de falar de rosas. “Minhas fãs têm relação comigo que é parecida com a que eu tenho com a música. Às vezes, tenho um pouco de medo. Já vi uma menina que tatuou a capa do CD ‘Estampado’ na perna. É um fanatismo, mas o disco deve ter dito algo marcante para ela. É uma responsabilidade grande, mas um enorme prazer”, diz a cantora que se vê como porta-voz delas. “Passo a idéia de liberdade de expressão e pensamento. Prezo a liberdade de dizer o que quero. A opressão ainda é grande, a sociedade é muito conservadora. Muitas meninas querem mais liberdade, conhecer outras coisas. Não só sexualmente”, analisa ela, que se apresenta no Canecão, de 10 a 13 de abril, com o show ‘Dois Quartos’.

CAROLINA FERRAZ

—Suas músicas já foram usadas como tema de personagens. Você já chegou a compor especificamente para um?
Nunca, todas as minhas canções foram parar nas novelas por puro fruto do acaso. (Ana tem 14 músicas em trilhas sonoras)

—Você é meio atriz em sua performance. Qual sua relação com o palco?
Você acertou em cheio, a primeira coisa que me interessa é a interpretação. Se é uma música mais densa, você não pode cantar com o sorriso. Tem que dosar.

GIOVANNA ANTONELLI

—De onde vem sua inspiração para cantar?
—Coisas que me acontecem, os sustos, as felicidades. Às vezes, é pela manhã em casa.

—Qual foi a música mais marcante?
—‘Carvão’, porque é uma canção que eu fiz num momento em que eu tinha uma necessidade de fazer canções diferentes das que eu tinha feito. Apesar de ser canção muito complicada, ela acabou tocando e entrando numa novela. Eu consegui fazer uma música um pouco mais sofisticada tocar mais.

REYNALDO GIANECCHINI

—Como você escolhe o repertório de seus discos?
—Da maneira mais leve possível. Para o ‘Dois Quartos’, eu já tinha mais de 40 canções prontas. Daí procurei nelas um identidade, o caminho a ser seguido.

—Como é seu processo de composição?
—Os processos são variados. Às vezes, eu faço a letra e depois a música, em outras vezes faço o contrário. No caso de compor com parceiros, com Jorge Vercillo e Antonio Villeroy, a gente faz sempre junto. Mas também pode ser via Internet, via Skype.

CLÁUDIA JIMENEZ

—Todo compositor precisa de uma musa para se inspirar?
—Não necessariamente, componho com a imaginação, que é o personagem maior. Não crio em cima de alguém, mas de sensações que tive a vida toda, sensações que musos e musas podem ter me causado. Que podem ser sensações de 10 anos atrás, com sentimentos comuns a todos como amor, paixão e raiva.

—Tem vontade de fazer teatro?
—Fiz teatro antes de cantar, fiz curso de teatro. Adoraria atuar, acho que seria atriz dramática.

Fonte: O Dia

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