sexta-feira, 11 de julho de 2008

Entrevista de junho (JB FM)


Lançando o CD/ DVD “Multishow Ao Vivo Dois Quartos”, a cantora Ana Carolina nos recebeu em sua casa para dar detalhes do novo projeto. Gravado em novembro de 2007, no paulista Credicard Hall, o registro mostra que o palco é o local onde a cantora e compositora mineira mais se sente à vontade.

JBFM: O show sempre foi um ponto forte na sua carreira. Podemos dizer que o palco é o local onde você mais se sente à vontade?

Ana Carolina: Por que o palco é o mais importante? Porque as pessoas não estão só ouvindo, mas sentindo e te vendo, né?! São todas as linguagens juntas. Quando você lança um DVD, ele fica, automaticamente, mais importante que o CD. Porque você você tem a linguagem corporal, a interpretação, as mãos, o rosto. O palco é, realmente, o lugar que eu mais me sinto à vontade.

JBFM: Então, era um sonho antigo lançar um CD/ DVD ao vivo?

Ana: Este foi o meu quarto DVD. Eu já tinha vivenciado bastante essa história, mas é o primeiro CD e DVD. Quando saiu, a primeira coisa que fiz foi ver o DVD. O CD ficou um pouco distante para mim. O DVD é o produto mais legal de se fazer. Igual ao DVD não tem.

JBFM: Ficou muita música de fora?

Ana: Isso foi uma coisa meio complicada. Algumas tiveram que ficar de fora naturalmente. Tanto que “Vai”, que se tornou música de trabalho, originalmente não estava no show. Eventualmente, eu a cantava no bis. Não cabia, não tinha como botar. E olha que o show tem mais músicas do “Dois Quartos” que qualquer outra coisa. Além das canções do “Dois Quartos”, eu tive que colocar “Cabide”, “Eu Não Sei Quase Nada do Mar” e “Três”, que é uma música da Marina que eu quis fazer uma nova versão.

JBFM: Em algum momento, parou para pensar que tem gente sendo influenciada pelo seu trabalho?

Ana: Isso é uma responsabilidade muito grande. Eu fico tentando fazer jus a posição que ocupo. O que há diferente em mim é o compor. Eu não sou apenas uma cantora. Eu componho e toco um instrumento. Tem pessoas que estão escutando o disco e não sabem que fui eu que toquei aquela guitarra, aquele violão, aquele pandeiro. Esse é o diferencial. Quando me perguntam: “E aí, o que eu faço?”, eu respondo que querer é muito importante, mas só querer não é fundamental. Você tem que ter base, ter baile. Você tem que saber o que é o palco. Você tem que ouvir muitas coisas, saber quem é você num universo musical muito amplo e qual é o seu valor. A gente teve no Brasil movimentos importantíssimos, como a Bossa Nova e a Tropicália, que não vão acontecer de novo. Hoje em dia só acontece a fusão.

JBFM: Algumas músicas têm uma pegada quase rock, seja no arranjo seja na composição. Você se preocupa com rótulos?

Ana: Eu costumava chamar de MPB com a energia do rock. Acho que é a melhor definição. Eu não me preocupo com essa coisa de rótulo, não. O rótulo está sempre em tudo.

JBFM: Como funciona o seu selo? Você tem a idéia de lançar outros artistas?
Ana: Isso é maravilhoso. Eu fico pensando como é difícil estar do outro lado. Antigamente, eu malhava um pouco esses caras de gravadora. Mas na hora que você está do outro lado é uma coisa meio complicada. Às vezes, eu recebo um CD de uma menina que canta pra caramba, mas não compõe, os arranjos não são bons. Aí, eu recebo um disco de uma banda com uma puta personalidade, mas os músicos não tocam muito bem, as canções são péssimas. Fico pensando como é difícil escolher quem você vai contratar, o que pode ser realmente novo e bom. Eu quero conseguir uma hora fazer uma contratação de algo novo, diferente, bacana, mas não sei quanto tempo isso vai demorar.

JBFM: O seu site traz dicas de livros e filmes. A literatura e o cinema influenciam a sua carreira?

Ana: Muito, muito, muito. Eu lembro que “Morangos Silvestres”, do Bergman, foi um filme que me inspirou para canções. Eu vivo lendo Jorge Luis Borges, descobrindo poetas novos. Eu descobri uma menina nova chamada Maria Anianeli, que é maravilhosa, paulista, uma grande poetisa. Maria Resende, enfim, Fabricio Carpi Nejar, filho do Carlos Nejar, que é um grande poeta de Porto Alegre. Tudo isso me inspira muito, me traz idéias para letras.


Julio Barbosa – Junho/ 2008
Fonte: Site JBFM

4 comentários:

Anônimo disse...

ENTREVISTA INTERESSANTE... SEM ESPECULAÇÕES DA VIDA PESSOAL DE ANA... É BOM SABER QUE EXISTEM ENTREVISTAS COM O QUE REALMENTE IMPORTA EM UM ARTISTA,COMO O SELO ARMAZÉM E OS AUTORES QUE ELA GOSTA DE LER!

Anna Carolinne disse...

Gostei da entrevista.
Desviou um pouco do que se tem visto falar da Ana ultimamente. ^^

Carla Renata disse...

Maravilha essa entrevista.

Finalmente uma que saiu daque;as perguntas básicas q estamos de saco cheio de saber: onde nasceu? Qndo começou a tocar? bla bla bla

O repórter está de parabéns

Anônimo disse...

Parabéns para o repórter q não ficou fazendo aquelas perguntinhas que todo mundo já conhece. Quanto a Aninha, eu costumo falar assim; Ela é maravilhosa, o Show "dois quartos" foi tudo eo DVD ficou tddbm!!!