quinta-feira, 10 de abril de 2008

Ana Carolina lança esperado DVD

Caprichado registro do show Dois quartos vai além das polêmicas



Novo DVD, novo CD. Registro de show. Ana Carolina: Dois quartos ao vivo. Já era esperado (previsível e aguardado). Produto bem acabado, sucesso de mídia e vendagem. Todo mundo comentando, os magazines tocando. Ninguém passa imune ao furacão desse primeiro lançamento de seu próprio selo Armazém, distribuído pela SonyBMG e produzido em uma bem sucedida parceria com o Multishow.

Ana Carolina não é de unaminidades, e nem faz questão de ser. Em alguns momentos as polêmicas plantadas pela cantora ficam à frente de sua música. Outras tantas vezes são os números que estão em destaque, seja em vendagens ou execuções. Mas quando sobe ao palco, junta seus fiéis fãs em uma comunhão carregada de carisma e hormônios.

Extremamente sedutora, Ana Carolina tem o público na mão. Sua comunicação é direta, a voz quente enche o espaço. O palco é seu habitat, e isso fica claro nesse show que faz crescer (e muito) os dois álbuns de estúdio que passaram sem o esperado frisson. Ao vivo a história é outra, e muito superior.

Ana Carolina já conquistou uma multidão, mas não descuida da qualidade. Quando sua música vira produto, ela faz questão de manter a melhor embalagem. O show é muito bem cuidado, desde o cenário até o repertório. Ana Carolina é over, passa do ponto em alguns momentos. Mas isso também faz parte do show. E agrada em cheio.

Em um DVD extremamente bem produzido, as caprichadas imagens do diretor Rodrigo Carelli captam esse jeito Ana Carolina e ser e de se comunicar. A relação da artista com o público é o ponto de vista principal do registro, tanto que muitas vezes a câmera baixa até colocar em primeiro plano dezenas de câmeras digitais que pipocam imagens registradas informalmente pelos fãs. Souvenirs divididos em comunidades virtuais.

A música, ponto principal para tudo acontecer, é o argumento de um longo e variado roteiro. Em um dos melhores blocos do show, Ana Carolina junta seus sambas. Com os percussionistas posando de malandros, canta Cabide. Chega o inevitável número de pandeiro que deságua nas deliciosas rimas de Chevette. Vai aos poucos dando lugar ao samba-rock com 1.100 (Nega marrenta). Ana Carolina é boa de contar histórias.


E também de polêmicas. Cutuca com imagens fortes em O Cristo de madeira e provoca em Eu comi a Madonna e Cantinho. Ela já disse que gosta de rosas, e oferece ao público em forma de hits. Das ondas do rádio para o palco e de volta ao disco aparecem Pra rua me levar e Uma louca tempestade. Mas o primeiro hit, Garganta está de fora dessa vez. Tudo bem, fica pra próxima. Assim como Encostar na sua e Ela é bamba. Ana Carolina tem apenas nove anos na mídia, mas uma coleção enorme de sucessos na manga que permitem esse revezamento.

Em ótimo momento da carreira Ana também emplaca sucessos como compositora. No DVD seleciona esse repertório espalhado por aí e mostra suas próprias releituras. Especial momento para ela contar de quando Maria Bethânia pediu uma música sobre o mar. A mineira de Juiz de Fora se encontrou com Jorge Vercillo e compôs Eu que não sei quase nada do mar. Destaque também para Sinais de fogo, hit na voz de Preta Gil e a já citada Cabide, que ganhou o país no horário nobre da TV com Mart'nália.

Produto na rua, show ainda na estrada. Ana Carolina segue a boa maré para firmar seu nome. Caminho sem volta, a cantora já colocou o pé na história bem além dos 15 minutos. O desdobramento ao vivo de Dois quartos causa frisson e mantém Ana Carolina quente nas paradas. Fever. Há quem goste, há quem odeie. Não há quem consiga ignorar, ela está no palco, na rádio, nas lojas e na mídia com força e garra. E é isso aí.


Ana Carolina - Dois Quatos
Data(s): 10 a 13 de abril de 2008.
Quinta, 21h30; sexta e sábado, 22h; domingo, 20h30.
Canecão
Av. Venceslau Brás, 215, Botafogo - Rio
Informações (21) 2105 2000

Fonte: Ziriguidum.com

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