quinta-feira, 3 de abril de 2008

Dose dupla - Bem despudorada


Projeto Multishow ao vivo, com DVD e CD de Ana Carolina, terá exibição na TV. Ela avisa que é o seu trabalho mais ambicioso

Depois de mostrar suas revelações mais íntimas no ousado e autoral disco duplo Dois quartos, a cantora Ana Carolina se volta ao público mais despudorada do que nunca no projeto Multishow ao vivo. O DVD, que registrou o espetáculo baseado nesse repertório, terá exibição inédita no canal pago no dia 3, às 21h45, e, no dia seguinte, chegam às lojas o registro do show e o CD, primeira produção do selo da artista – Armazém, com distribuição da Sony BMG. “Estou nas nuvens. É meu show mais ambicioso em termos de produção. Gastei R$ 1 milhão. Viajamos com um caminhão só para levar os espelhos no fundo do palco. São 30 pessoas envolvidas, quase um exército, há duas telas de projeção, piano, rosas, cortinas de paetê ao fundo”, enumera. O cuidado com o espetáculo, que estreou em julho do ano passado em BH, tem sido o mesmo em todo o Brasil. “Faço show em Sobral igual no Rio”, compara.

Dirigido por Monique Gardenberg, o show Dois quartos foi visto por cerca de 300 mil pessoas e levou ao palco o clima dos dois discos – Quarto e o Quartinho. Ao revelar nas letras das canções suas impressões mais íntimas sobre temas como sexo, desejo, paixão, dor e gozo, ela não teve medo de se expor. No show, a cantora potencializa seu lado mais rebelde. “Vivemos num mundo cheio de guerra, mentiras, precisamos ser, pelo menos, verdadeiros. Nasci filha de mãe solteira, sem pai, diabética e bissexual… Não posso ter medo de nada. Está tudo ok”.

O registro do show feito em novembro, no Credicard Hall, em São Paulo, amplia detalhes dos cenários criados por Gringo Cardia e consegue captar aspectos da iluminação de Maneco Quinderé. O roteiro privilegia repertório de Dois quartos, e dá destaque a parcerias como Ruas de outono (Antônio Villeroy), Um edifício no meio do mundo (Jorge Vercilo) e Aqui (Antônio Villeroy). “Foi ótimo poder colocar no palco canções que são importantes. No show ficaram bem mais fortes, pesadas e ganharam com a interação do público.” Segundo ela, não teve essa coisa de ficar ensaiando. “O show já estava pronto. O Multishow veio e registrou. Fiz igual a Janis Joplin: um, dois, três…gravando.”

Além do novo repertório, Ana mostra hits de sua carreira como Elevador (Ana Carolina), Uma louca tempestade (Antônio Villeroy/Bebeto Alves) e É isso aí, versão dela de The blower’s daughter (Damien Rice), que, pela primeira vez, a traz tocando piano, obra de quatro meses de estudos. O repertório do show fica completo com o registro inédito de canções de sua autoria que foram sucesso na voz de outros intérpretes, caso de Cabide, gravada por Mart’nália, Eu que não sei quase nada do mar, por Maria Bethânia, e Sinais de fogo, que lançou a carreira de Preta Gil. Em contrapartida, gravou Três, de Marina Lima, parceria com Antônio Cícero.

Nos extras do DVD, além do making of, ela mostra fotos de infância, conta da época em que tocava nos bares de BH e sobre a sua chegada ao Rio, antes de gravar o primeiro CD e despontar para a fama. As portas que lhe foram abertas no passado, ela espera propiciar aos novos intérpretes com o selo Armazém. “Tive a felicidade de ter sido contratada por uma gravadora e de poder lançar o primeiro disco. Quero retribuir essa emoção. Estou à procura de jovens artistas para lançar”, avisa. Para tanto, quer encontrar intérpretes que se colocam diante do público de verdade. “É fácil perceber na arte quem está inteiro no palco”, diz ela, sobre a receita que, na sua visão, tem garantido seu sucesso com o público.

Fonte: Divirta-se

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