sexta-feira, 25 de abril de 2008

No closet com Ana Carolina

Cantora e compositora mostra aos baianos uma versão mais enxuta do seu badalado show ‘Dois quartos’

Ainda não será dessa vez que o público baiano vai conferir o novo e badalado show Dois quartos, de Ana Carolina. Na apresentação única que ela faz amanhã, às 18h30, na Concha Acústica do TCA, a cantora e compositora mostra uma adaptação do projeto, batizada de Ana Carolina e trio. Há dois anos sem cantar na cidade, sua vinda é cercada de grande expectativa, vide a correria em busca dos ingressos (R$70, inteira) esgotados desde o começo da semana.


A procura foi tanta que os produtores locais, Irá Carvalho e Maurício Pessoa, cogitaram uma apresentação extra no domingo, mas já havia outro evento programado no espaço. Irá explica que, apesar de usar recursos como a exibição de vídeos e a iluminação original de Maneco Quinderé, esse formato não comporta o cenário completo idealizado por Gringo Cardia – que exige a estrutura de uma sala de teatro. A sonoridade também é diferente, embora o repertório seja basicamente o mesmo, com cerca de 20 canções, algumas novas e outras que marcaram momentos importantes na trajetória impressionante de Ana Carolina.

Acompanhada dos músicos Sacha Amback (teclados e programações), Billy Brandão (guitarra e violões) e Leonardo Costa (percussão e bateria), ela apresenta as músicas num formato mais econômico. Vale destacar que a banda de Dois quartos tem um total de nove pessoas. Ana Carolina aproveita para realçar seu lado instrumentista, tocando violão, guitarra, contrabaixo, pandeiro e piano em alguns momentos. Segundo a assessoria da artista, esse formato vai ao encontro do desejo de seu caloroso público, que sempre “pede apresentações voz e violão”.


Em Ana Carolina e trio ela oferece um pouco de intimidade mas, com a ajuda dos rapazes – e das backings Jussara e Jurema –, pôde criar um “ambiente musical mais rico”. O repertório está centrado no último disco, o ao vivo Dois quartos, lançado em março passado nas versões CD e DVD. Músicas como Nada te faltará, Tolerância e Ruas de Outono (todas em parceria com Antônio Villeroy), a versão Fever (que teve releitura de Madonna em Erotica, de 1992) e a comentada Eu comi a Madonna.


Quando a provocativa música é cantada, são exibidas imagens de duas mulheres em cenas de sadomasoquismo, que já deram muito o que falar desde que o show estreou, no final do ano passado. A idéia foi da diretora Monique Gardenberg e do co-diretor Guilherme Leme, que achou imagens antigas protagonizadas por Betty Page na década de 1950. “As mulheres estão tão compostas que as cenas terminam por ser cômicas. Não tem nada pornográfico, como andaram dizendo por aí”, explica Monique Gardenberg.


Durante o lançamento do CD e DVD, que marcou a estréia do seu selo Armazém, Ana Carolina afirmou que, nesse projeto, queria fazer uma espécie de balanço de sua carreira desde que chegou ao Rio de Janeiro, em 1999, vinda de Juiz de Fora (MG). O que a levou a regravar sucessos como Aqui, Quem de nós dois?, Pra rua me levar, Encostar na tua e É isso aí, entre outros. Para esta última, uma das músicas mais conhecidas de Ana Carolina – gravada inicialmente no dueto com Seu Jorge – ela preparou uma nova versão, apenas voz e piano.

No site oficial, a artista conta que a nova interpretação de É isso aí (versão de The blower´s daughter, de Damien Rice) foi o maior desafio do trabalho: “Estudei quatro meses para apresentar É isso aí ao piano. Queria dar um frescor a essa música”, anotou Ana Carolina. Outro presente para os fãs são canções dela que fizeram sucesso com outros artistas, como Cabide (Mart’nália), Eu que não sei nada do mar (Maria Bethânia) e Sinais de Fogo (Preta Gil).

Fonte: Folha da Bahia

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